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Inverno Brasileiro

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Manuel Castells: ‘O povo não vai se cansar de protestar’ Para o sociólogo catalão Manuel Castells, boa parte dos políticos é de “burocratas preguiçosos”. Ele é um dos pensadores mais influentes do mundo, com suas análises sobre os efeitos da tecnologia na economia, na cultura e, principalmente, no ativismo. Conhecido por sua língua afiada, o espanhol falou ao GLOBO por e-mail sobre os protestos. Os protestos no Brasil não tinham líderes. Isso é uma qualidade ou um defeito? Claro que é uma qualidade. Não há cabeças para serem cortadas. Assim, as redes se espalham e alcançam novos espaços na internet e nas ruas. Como conseguir interlocução com as instituições sem líderes? Eles apresentam suas demandas no espaço público, e cabe às instituições estabelecer o diálogo. Como explicar os protestos? É um movimento contra a corrupção e a arrogância dos políticos, em defesa da dignidade e dos direitos humanos — aí incluído o transporte. Por que o senhor disse que os protestos brasileiros são um “ponto de inflexão”?

O que costuma mover esses protestos?

Ocupa ALES

Monstro e multidão: a estética das manifestações. Entrevista especial com Barbara Szaniecki. “As análises mais acertadas nesse primeiro momento foram as dos próprios manifestantes em seus movimentos coletivos e singulares. Apesar da diversidade das demandas, eles visivelmente se reconheceram e se encontraram na crítica aos atuais governantes da nação e gestores das cidades”, diz a pesquisadora. Confira a entrevista. “Se existe algum discurso coletivo por todo o Brasil, trata-se menos de demanda por uma reforma política genérica e mais por uma escuta contínua sobre questões concretas e, em particular, aquelas que dizem respeito à gestão das cidades”, avalia Barbara Szaniecki em entrevista à IHU On-Line por e-mail, ao analisar as manifestações que tomaram as ruas das cidades brasileiras. Apesar de as reivindicações girarem em torno de temáticas centrais como moradia, trabalho, mobilidade e lazer, Barbara assinala que é impossível extrair um “discurso coletivo” e um “consenso” no momento.

Barbara Szaniecki – Foram 15 dias incandescentes, literalmente. Estética Biopolítica Megaeventos. Criminalização dos Black-Blocs: uma armadilha | Das Lutas. Por Mariana Corrêa dos Santos* “O que precisa ser discutido, e parece esquecido nessa busca por culpados e pela criminalização de novos grupos ativistas anti-sistema, é a violência escalonante da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Esse é o debate.” Observamos nos últimos dois dias, e bem de perto, a criminalização do jovem ativismo anarquista, como outros movimentos também foram criminalizados num passado não muito distante. Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, os movimentos do campo passaram por criminalizações similares, invenções midiáticas de invasão de terras “supostamente” produtivas, num claro revide contra a Reforma Agrária pleiteada.

O que temos pra hoje são “caixas” e “mochilas” de molotovs confeccionados em garrafas de mesma marca, quase uma produção fabril, colocadas no chão por possíveis policiais infiltrados, ao lado dos Black Blocs que marchavam na Av. “É preciso estar atento e forte…” *Mariana é integrante Das Lutas Curtir isso: Curtir Carregando... Primavera Brasileira ou golpe de direita? Perguntas e respostas sobre um movimento que está mudando a cena do país – e cujo futuro, aberto, será decidido também por você Por Antonio Martins | Imagens: Ninja (fotos) e Pirikart (quadrinhos) “O Brasil não é para principiantes”, disse certa vez o compositor Tom Jobim. A sabedoria destas palavras está ecoando de novo a cada dia, nas duas últimas semanas.

Entre 6 e 19 de junho, uma onda avassaladora de protestos de rua resgatou a ideia de que as lutas sociais valem a pena e marcou a emergência de uma cultura política de autonomia, redes sociais e horizontalidade. Um dia depois, as manifestações que deveriam celebrar este resgate foram em parte capturadas. Resvalaram para episódios de autoritarismo e intolerância, depois que a crítica às injustiças e à ausência de direitos foi direcionada contra os governos de esquerda e seus limites (vale ler este texto do repórter Tadeu Breda). 1. 2. Diversos sinais indicam que sim. 3. A manobra dos conservadores é, contudo, extremamente arriscada.